A gente já se acostumou com eles. Há tempos os computadores entraram na nossa vida. Já temos adultos que os conhecem desde bebês. Chegaram ajudando aqui e ali, acelerando processos, facilitando rotinas, proporcionando operações complexas. Até que começaram a se comunicar, conosco e entre eles. Foram se aperfeiçoando e nos colocaram em contato com outras pessoas, outros lugares. Até nos levaram à lua!
Qualquer pesquisa rápida na internet nos mostra que o computador de bordo da Apolo 11, que chegou à lua em 1969, era milhões de vezes menos potente que um celular médio de hoje. É um caminho que fomos trilhando sem sentir. E essas máquinas, hoje tão essenciais, foram se instalando cada vez mais na nossa vida. E fomos aprendendo a utilizá-las, fomos crescendo junto com elas, fomos nos expandindo junto com as mais variadas ferramentas que nos ofereciam.
Com elas passeamos por lugares que nunca imaginamos ir, conversamos com quem está longe, encontramos distração, informação, emoção. Os computadores nos oferecem, através das suas variadas telas, uma lente que transforma a nossa noção de mundo. Pode ser ora uma lupa, que torna visível o que era pequeno, ora um telescópio, que torna próximo o que era distante. Pode ser também uma janela por onde podemos dizer olá para um amigo, não importa onde ele esteja.
Nossa noção de fronteira foi relativizada e as barreiras ao nosso desejo suavizadas. Hoje é possível conversar em tempo real, com som e imagem de qualidade, com quem quisermos, esteja onde estiver. Uma conversa, uma presença, uma escuta…. e tudo que pode desencadear um encontro. Ali, aqui, lá… no mesmo tempo, no mesmo lugar.
Texto: Lorete Mattos
Ilustração: Paulo Thumé