rei e filósofo

O Rei, o Filósofo e o Casal

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Parte 1 – A Paixão

“Amanhã de manhã
Vou pedir o café pra nós dois
Te fazer um carinho e depois
Te envolver em meus braços”.

Para o Romântico, a paixão é arrebatadora!
Há a certeza de ter finalmente encontrado sua cara metade.
Eles nunca sentiram nada nem mesmo parecido.
O corpo, a pele, o cheiro, tudo misturado.
A sensação os domina completamente, desde o início.
Nesse momento o tempo para.

“Sem se importar com o tempo correndo lá fora
Amanhã nosso amor não tem hora
Vou ficar por aqui”.

Ele sente como se sempre a tivesse conhecido, como se ela tivesse a resposta para sua existência.

“Amanhã de manhã
Eu não quero nenhum compromisso
Tanto tempo esperamos por isso
Desfrutemos de tudo”.

Ela continuará acreditando na possibilidade de dois serem humanos se entenderem e sentirem empatia de forma rápida e incondicional e na chance de um fim definitivo para a solidão.

“Quando mais tarde
Nós lembrarmos de abrir a cortina
Já é noite e o dia termina
Vou pedir o jantar
Vou pedir o jantar”.

Parte 2 – O Amor

E foram felizes para sempre…
Os filmes de amor terminam com a mensagem de que basta encontrar o amado e o final feliz está garantido. Mas os amantes sabem bem o trabalho que dá para tornar a relação amorosa duradoura.

“Eu tenho tanto pra te falar
Mas com palavras não sei dizer
Como é grande o meu amor por você”.

As histórias de relacionamentos mantidos ao longo de décadas, constituem as excessões entre as narrativas a respeito do amor.
Para isso é necessário se desfazer de algumas fantasias e saber lidar com o descompasso, com o desencontro e com as diferenças entre um e outro.

“E não há nada pra comparar
Para poder lhe explicar
Como é grande o meu amor por você.”

O amor tem o poder de corrigir nossas fraquezas e nossos desequilíbrios.
Com ele, nos sentimos melhores do que somos.
Ele é a tentativa de nos completar.

“Nunca se esqueça, nenhum segundo
Que eu tenho o amor maior só mundo
Como é grande o meu amor por você.”

O ápice chega no momento em que o ser amado se revela capaz de entender, com mais clareza do que os outros foram capazes, nossas partes caóticas, embaraçosas e vergonhosas.

“Mas como é grande o meu amor por você.”

Parte 3 – A Separação

A separação entre um casal é um momento de dor.
Quando iniciaram o relacionamento, havia o desejo de que fosse pra sempre.
Durante a relação foram feitos muitos investimentos.
O cotidiano, a vida compartilhada, a sexualidade, e os planos futuros, passavam pela relação.
Sozinhos, precisam ressignificar suas vivências e, não incomum, se sentem perdidos.

“Como vai você?!
Eu preciso saber da sua vida
Peça a alguém pra me contar sobre o seu dia
Anoiteceu e eu preciso só saber.”

As perdas são emocionais, relacionais, familiares e financeiras, mas principalmente perdemos o que nos tornamos estando com o outro.
A relação amorosa, mais que qualquer outra, modifica subjetivamente as pessoas, de tal forma que ao se separar não lembramos mais quem somos.

“Como vai você?
Que já modificou a minha vida
Razão da minha paz já esquecida
Nem sei se gosto mais de mim ou de você
Vem que a sede de te amar me faz melhor.”

No amor, a pessoa com quem nos comprometemos não é apenas o centro de nossa vida emocional, mas também responsável por tudo que nos acontece, para o bem e para o mal.
A separação é um luto que precisa ser vivido.
Somente assim as feridas vão cicatrizando e a pessoa vai se preparando para as futuras relações.

O rei e o filósofo

Este texto estabelece um diálogo ficcional entre a música de Roberto Carlos, “Café da Manhã”, e o pensamento do filósofo Alain de Botton, desenvolvido em seu livro, o “Curso do Amor”.

Texto: Rogério Tubino
Ilustração: Paulo Thumé

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